Um disparo no escuro
absurdo é o medo
que impregna a mente
e feito verme a devora
corrói a carne, corrói o cerne
do melhor que podia ser
Um disparo no escuro
seu ódio absurdo
é tudo o que sente
Dispara, frio, arma de fogo
brinquedo de adulto
em suas mãos é perito
tiro certeiro pra valer
Um disparo no escuro
eis que surge, sinistro
malogrado vulto
De mágoas, ferido
Incoerente,
Carrega o ódio
a marca da dor
presente
em seus escuros olhos
como noite sombria
sua alma, a lâmpada de si
queimada encontra-se
tão escura, vazia
Já nem pode mais chorar
Conta as horas, conta os dias
Indistinto entre as multidões
passeia com milhões, nefastos
revoltosos pensamentos
Dor e tormento,
choro e ranger de dentes
Ele ainda não está morto,
pior, ainda que improvável,
sujeito moribundo sente
nas suas grossas veias
intoxicadas, parasita
víbora peçonhenta
aversão a tudo que brilha
seus olhos matam a cor
a inocente alegria
Já não sabe o que é vítima
vítima de si é recente
Sua casa é nas sombras
onde os demônios o cumprimentam
do fundo de suas celas
sussurram e se refestelam
em seu corpo ainda quente.
Revolta contra todos os cruéis e frios parasitas da sociedade que tiram os sonhos de muitos inocentes por egoísmo/pura maldade. Víboras!
Joice Furtado - 28/02/2012
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