sexta-feira, 23 de março de 2012

Ambulante


Venham! Acheguem-se!
Se são pragas que querem
Todas elas vou oferecer
pecados capitais instituídos
bestas feras pagãs, comércio
de almas em desgaste e humilhação
Nossos produtos não garantidos 
ingenuidade nenhuma, nem coração

Soberba para os de grande ego
Canalhas, sujos, malditos
promíscuos do inferno

Luxúria para os necessitados
pintos e buças, idiotas lascivos
escorrendo seus líquidos imorais,
moralmente corrompidos, estúpidos
homens e mulheres palhaços, fingidores
e loucos lubrificando seus vícios
fingindo esperteza, patifes boçais

Avareza para os nojentos, parvos
burgueses em seus ternos importados
roendo-se em mesquinharias, tristezas
consomem seus anos, endinheirados
drogados e mentirosos de si 
morrem como tolos, bosta 
povoando a mente, nela afogados 

Gula, prazer de engolir, freudiano
homem que se satisfaz na gordura,
lama imunda e insaciável lambança,
movimentar os dentes, beber de tudo,
amaldiçoado enchendo a pança

Ira, o meu melhor produto
por ela matam e morre o mundo
em sua total entrega, alegam defesa,
facas e armas na mesa, adorando
os demônios na escuridão aplaudem
o sangue e tripas estiradas ao chão

Inveja, como é alto o seu ganir
cão das trevas, levados a fingir,
amigos traem-se por ela

Finalmente, preguiça, destruidora
do gozo de viver, pertinente
aos fracos de espírito, deitados
nela e esmaecidos permanecem
meus fregueses queridos.


Os sete pecados capitais instituídos pelo Cristianismo.

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