Corto-lhe a carne, devoro-a
como quem mais deseja
Arranho sua pele, mordo
os bicos do peito, sedenta
Meu prazer inefável, arfar
sob seu corpo, suores misturados,
líquidos sexuais vertendo, fontes
preciosas da indecência.
Incoerente é todo ser humano,
sim, imoral e vil diante do que sente
Satisfazer-se no outro, perder-se
entre gemidos e gozos, submergir
no rio infinito de possibilidades,
fazendo parte do todo, um instante
pelo menos ser, comer da outra alma,
prender-se no meio de suas pernas,
vulgarmente, despudorados, irmos ao clímax
vulgarmente, despudorados, irmos ao clímax
entre puxões de cabelo e palavras ousadas
e com tudo isso, vivos, sem falso moralismo,
completamente sermos humanos,
você, meu homem, enquanto eu,
satisfeita, sua mulher.
Joice Furtado - 15/03/2012
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