sexta-feira, 9 de março de 2012

O grito



Deixo o verso belo
metrificado, singelo,
para o sujeito lírico,
ultrarromântico e fino

Meu verso é torto,
esquisito e tosco também
Chafurdo na lama
da alma insana,
rimas mundanas tiro de letra,
sei que as entende, meu bem

Paranoias de palavras e rimas,
a poucos lerem anima
Coisas detestáveis, pragas vejo
nas meninas dos olhos
aglutinadas e encardidas 
de muitos, desdém

Das horas, do tempo,
prisioneiro maldito,
corpo e mente dispersos
Enfrento a corrente 
tentando quebrá-la 
Muitos medos, poucas falas
Sou contra tudo que se impõe,
porém me imponho tanto

Sou do bando que se revolta
não foge do cerco, a montanha escala
Caprichosos ódios e raivas
Leão no reino de pedra destronado,
atormentado pela selvagem natureza,
humana rudeza

Coração se torna inquieto
vagando entre o possível 
e o impossível de suportar,
administrando no escuro
tudo que é difícil enxergar.

... mas ouvindo e sentindo tudo.

Joice Furtado - 09/03/2012

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