quinta-feira, 19 de abril de 2012

Atemporal



Nós éramos a luz
quiçá meia-luz gostaria
lusco-fusco
escuridão,
eu só com os meus pensamentos

Quantas vezes, você imagina?
Olhei para a Via Lactea
de pé no terreiro
 ela me encarava ressabiada
pobre formiga terrena!
sobre a minha cabeça, caminha
enquanto
metade de mim, quebrado peito
rompendo entre a razão e o anseio
engole pranto

Contei para as estrelas e as contei
tudo o que me restava, simplesmente
teu sorriso parado no tempo
naquela estrela escolhida
numa noite de novembro

Piegas e brega, sou indeciso
em nomear a mim mesmo 
Contanto que me nomeasses em teu seio
Do manto da noite arrastaria-te
Ao meu esconderijo, quarto íntimo 
emoções tão bem guardadas e manipuladas 
intencionando disfarçar
meu grande amor por ti

Desde o crepúsculo a alvorada
da mais louca emoção entre lençóis baratos
eu não te acho. Sim!
já me perdi


O amor acontece no tempo, entre tempos, enquanto há tempo para todo amor que queira ser dito/vivido verdadeiramente.

Joice Furtado - 19/04/2012

1 comentários:

Ronaldo Rhusso disse...

Belíssima essa reflexão poética, Joice! Grato pela oportunidade de vir a mais esse espaço lindo! Ronaldo Rhusso