sábado, 28 de abril de 2012

Azulejos



Sabemos 
por inteiro nós
beleza é ficar assim
ouvindo somente o som
sós
medindo os azulejos
no chuvisco do chuveiro

Ser a massa
ou mesmo cola
o rejunte que enfeita-une 
os mundos
em verso e prosa

Cada gota ao reverso
rolando
sentir aquele pregresso
desejo
ao beijar o seu beijo
gosto de amar em mim

Nas pontas dos pés, da alma 
o infinito instante abraça
envolve a água morna
os corpos num mesmo fim

Respiração 
da bruma evaporada aura
nus em natural beleza
ofegante

Rabiscam os seus versos
destemidos dedos
como o fazem os poetas
inspirações do banho
sempre intensas 

Joice Furtado - 28/04/2012

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