sábado, 5 de maio de 2012

Nudez



Desenho uma estrada
Cada curva, sinalização
Aplaino, asfalto-a 
sistematicamente
cada qual e sua obsessão

Todo canto do caminho
esquinas e tranversais
tão bem definidas
imagino

Que o mundo me dê estradas
e eu as construa
engenhosamente imaginária
escavando os montes, tropeços
atropelos de vida
desenganos e conquistas

Olhos cansados também enxergam
pelo menos ainda
com a experiência passada
contam os palmos e medidas
novas malhas
o-usadas linhas 

Vestirei-me 
corpos nus só aquecem juntos
procuro o fogo
ele arderá ainda

A brasa acende-se ao mínimo sopro
ela vem

Minha nudez é aparente
ela vem
desconcertada
desvairada rima

Joice Furtado - 05/05/2012

1 comentários:

Lua Nova disse...

Toda nudez é aparente já que a nudez que importa é a da alma.
Um belo poema!
Beijokas e meu carinho.