Com mil gatos pretos!
Sou o desassossego
Tropeço que lhe tomba à esquina
Fada maluca ou menina
dos papéis recortados em lua
Pálida das horas sombrias
gargalhadas da meia-noite
Drinques voluptuosos
derramo
meu desprezo como açoite
Desdobra-se o soberbo
dedo podre de alma dobre
de raciocínios pobres, olhar torpe
gestos ignóbeis
Destravada língua, má cana
anzóis prendem-lhe a boca
pesquei a ideia
no lago podre, mentirosos odres
cheios
o enxofre vai subindo
queimando narinas bajulais
eu que não sou nobre
ou esnobe
desfaço até mesmo do que penso
porque ainda me falta de-mais
Saberes
Julgo? Ai de mim se o faço
Pária de pálio aberto
minha pátria sou eu
parturiente de sonhos
Com mil gatos pretos!
Estúpidos e ignorantes alguns humanos
deixemos os gatos em paz
pressentindo vão os hálitos
maquinações infernais
Esses são os tais
azares
Joice Furtado - 11/06/2012
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