Foto: Farm
Um dilatar de desejos
madeiras perfumosas
abro meu peito
tenho a fome e a sede
sacio-me nos riachos
da alma
am(a)ndo à procura do tudo
nada me falta
[atento
percorro os mundos imaginários
levanto suposições
enxergo
banhados onde bandos levantam voo
formando figuras no ar
aves brancas ou de penas coloridas
com muitas delas faço um cocar
guerreira nas matas atlânticas
ergo o meu arco-flecha
disparo e corro na direção
caço-palavras, letras, adjuntos
vocativos, vogais
elas fugidias provocam-me
enquanto meus olhos encantam-se
bromélias, orquídeas, quaresmas
resmas nesse interior papel
escrevo-te
já ouço o canto
Uirapurus e Bem-te-vis
no dorso da floresta
despontam cantando
cacique já disse:
ali junto ao arvoredo
moram as feras-letras
irás encontrar o Riso
grande Sabedoria
aCriança-te
Joice Furtado - 16/07/2012
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