Foto: Gustave Courbet
Aqueles olhos tristes evocam o elo
da penumbra teus olhos tristes
escumam meu peito
por teu olhar ainda velo
corpo das brilhantes escamas
sopro da lua derrama
mágica língua de amar
ao meu ver olhos tristes
com tudo o que posso anseio
quanto desejo neles estar
o sono, quão louco, de mim foge
reviro-me em assombros na cama
à companhia do teu olhar
tão triste e belo
ando cansado, ando cego
ofuscado pelos lumes incessantes
faróis que mesmo distantes
confundem-me todo pensar
braços de branca-pérola
unhas cravam minha alma
enredo-me aos poucos nas pernas
nuvens úmidas-entranhas
por esse olhar triste prossigo
no olho do furacão
Joice Furtado - 05/08/2012
0 comentários:
Postar um comentário