quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Aspas não entrem


Não uso aspas!
por elas peguei aversão
maquiavélicas armas
prendem a letra
o espírito de quem as usa
aspas-botão
não são rosas a florir
de casa em casa
não as uso
simplifico meu grito
solto os versos
no ar que saculeja
areja, lateja, lampeja
a ideia na mente
ainda sou tão crente
com respei(s)to a isso
aspas igual canutilhos
de enfeite
prendem a gente
entre paredes 
de senãos 

e os colchetes?
são camas
de um lado e outro
daqueles gosto pouco
dessas demais
mas não o bastante
fico com ser errante
finco os pés 
quebro as paredes
do rodapé ao reboco
oco oco
o eco que me diz
liberdade!

Amigo
a psicóloga adverte:
aspas fazem mal à mente
livre-se

escreva os atos
soltos no tempo, no vento, na planície
montanha e o que mais pensar
Teatro Be-a-Bá
das ideias em fatos

Joice Furtado - 22/08/2012

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