Imagem: Suzanne Salvini
Estranho com toda a dor de um moribundo
a total estranheza do absurdo ser
estranho
escarrando no rosto de nós todos
tão indigno e cheio de malícias no manto
mortalha suja onde se mijará
quando chegado for o espanto
estranho
que o sangue enxovalha e desonra
a boca abre como a cova
sob seus pés está cavando de modo
estranho
mente perversa manipula os cordões
daquele que a sua imaginação empresta
marionete de apertados grilhões
inferno não é só aquele que pinta o crente
o mau enreda ao que se submete
emoldurando-se como pintura cara
em podres odres de razões
parcas porcas
e só
*
tolos destilam merda, mas não ouvem
não entendem
o que há por trás das radicalidades
[a não ser balbucias de mentiras
Joice Furtado - 05/08/2012
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