sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Falsas normalidades


Foto: Svetlana Bekyarova

Tirei os sapatos do tempo
durante horas, instantes, minutos
caminhando na estrada vi a poeira
as árvores e placas passavam tal qual postes 
iluminando constantes, com luz amarela, os carros
velozes, porém atrapalhadas, mentes que se omitem
choram o desespero de corpos esvaídos
consumidos olhos da dor que os maltrata
tão inexata é essa gente má humana julgamento meu
ainda que nada seja para julgar, nem, ao menos, Juiz
seguindo recobro o falado da multidão
aponta o dedo na rua aos pobres diabos
incoerentes culpando uns aos outros e à Sorte
essa trapaceira só dá para alguns seu sorriso
inocentes não há nos dias atuais assim digo
o sol nascer para todos é um engodo
porém os lunáticos aprenderam a palavra 
acendem uma lâmpada sobre a cabeça
homem de letras articulado digitalmente
propaga ideais ideias à longas distâncias
de suas reentrâncias faz o mundo conhecedor
do campo emocional e físico parafusos a menos sim
são poucos que não são vencidos literal e virtualmente
pela irremediável vaidade de poucos tolos dominadores
neutralizando os outros com suas falsas normalidades

Joice Furtado - 03/10/2012

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