quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Poema das flutuações

Imagem: Juan Medina

A curva dos olhos
nos olhos
linhas
curvilíneas 

pétalas de flores
de flores
no peito
pétalas macias

pastilhas na calçada
na calçada onde passo
mais ilhas
bolhas dos humanos

nas orelhas brincos
brinco contigo
dependuro-me na íris
arco-canto

no céu eclipse
eclipse enluarado
vexado sol esconde
da Vênus a nudez
branca

na tez o pálido
branco pálido
abre-se o pálio
palpita

nas transparências da alma
da calma onde te vejo
transparências
cama e cheiro
exala fragrância
ensaio
dizeres apaixonados
e além

no inverno, o frio
frio-me faz
ausência
ainda hoje direi
verão que me faz bem
ranhuras e inconsequências
sobre a pele, sobre o sexo
sobre os nervos das palavras
dedos afiados

no jasmim tão puro
não jaz desejo
Vivo em mim 
Poético
por isso digo, vivo
nele também

Poema
assim, tu me voltas
nas voltas tuas
volta!
torna noites, nupcias 
sono perdido em alegria
goles mais goles
nas voltas que dá
o tempo
em ti eu paro-danço
enquanto tu me voltas
flutuas

Joice Furtado - 27/12/2012

0 comentários: